segunda-feira, 5 de março de 2012

Que cultura é essa?


Folhetim Baiano do Vale
Número 001 – 13/09/2008

Vivemos em uma época onde a cultura de nosso município retrocedeu aos idos das décadas de 1980 e 1990, sendo apenas um órgão de prestava serviços de decoração e sonorização para os diversos setores do executivo municipal, bem como algumas entidades, servindo apenas de prestador de serviço e não um departamento de vanguarda, com programas que realmente identifique nossa cultura, como modo de viver, do fazer cultura, do nosso cotidiano, enfim as nossas características de personalidade.
Além disso, temos alguns dirigentes e assessores municipais, que quando assumem um cargo público, pronto, imaginam que sabem mais do que os outros, que detém todo o conhecimento sobre todas as áreas e não respeitam a particularidade de cada um, querendo na maioria das vezes impor um política de domínio e o que os outros pensam não tem importância, usando de uma arrogância para impor “suas idéias”, como se fossem  a descobridoras da roda da imaginação e do fazer cultural.
A cultura deve ser para todos, ou que seja exposta para todas, que não fique somente sobre a tutela de poucos e assim mesmo esses poucos não sabem o que fazer com a fruta na mão. É muito fácil criticar alguém quando não se conhece, mas quando se vive o problema, aí você realmente vai dar algum valor as ações que foram desenvolvidas e que teve o empenho de várias pessoas para sua realização.
Como pensarmos em  Cultura, se a administradora municipal, no início de seu mandato, declarou em público(fevereiro de 2005 na televisão local) que as obras do teatro municipal seguiria à passos lentos e isso realmente aconteceu, onde as etapas que foram concluídas já estavam alocadas em emendas já disponibilizadas pela união. Como pensar em cultura se não temos um espaço público para multiplicação de conhecimento, do fomento ao  turismo cultural, de renda para o comércio, o giro de pessoas na cidade, enfim, todos ganham com mais atividades culturais em nossa cidade.
Temos ainda vereadores que conclamam que as verbas recebidas para construção do Teatro Municipal deveria ser encaminhada para outros setores, com a assistência social e não para a cultura. Será que os nobres edis não percebem que ao darmos cultura para nossa crianças, estamos dando oportunidades para a vida, para o conhecimento. Tenho a convicção que pensam eles(vereadores) que o assistencialismo ainda rende mais votos e votos de cabresto.
A Casa da Cultura(inaugurada no dia 15 de dezembro de 2004), na sua premissa tinha e tem o objetivo de se tornar um pólo regional, com atividades em sua estrutura física e nos quatro cantos do município. Para se tornar um pólo regional, deve sim ter solidez na sua base e expandir essa informação para outros município, sendo um referencial em estrutura e também em qualidade de produtos culturais, sendo referenciais para todos da região.
Para que o nosso município se torna-se mais forte na cultural, foi ensaiado no início de 2006 a criação do Conselho Municipal de Cultura, onde alguns abdicados da área enviaram à chefe do executivo correspondência da intenção de sua formação com o Protocolo nº 168 de 25/04/2006, e que fosse encaminhado também para a área de competência. O resultado é que estamos no segundo semestre de 2008 e ainda não recebemos nenhuma resposta, pois também somos cidadãos preocupados com o desenvolvimento de nossa cidade.
Outro fato que chama atenção e é deprimente, é que a Casa da Cultura, foi inaugurada para ser usada com espaço cultural e não como estabelecimento de ensino de escola municipal, descaracterizando sua função. A educação, cultura e esporte caminham juntos para a formação do ser humano, mas cada um tem seu espaço apropriado. A Casa da Cultura foi instituída após anos de estudos e preparação (desde 1989), quando do lançamento da pedra fundamental e assim criou-se uma expectativa para seu uso. A Casa da Cultura tem uma estrutura para receber Oficinas de Cultura, Curso, Biblioteca, Museu, Exposições e Reuniões e não para ser usada para o uso intensivo de sala de aula, uma vez que não tem essa estrutura., perfazendo assim uma depredação do espaço físico e a decapitação do fazer cultural. O que  deixa mais embasbacado é que tinha-se um espaço para as aulas da escola municipal e que o valor que se pagaria em 10 meses de uso desse espaço será equivalente ao custo de reforma da Casa da Cultura, após o uso intensivo.
A identidade Cultural de um município é a sua cara, onde sua marca fica para sempre. A Casa da Cultura foi dada à população e em pouco tempo foi retirada e concentrada para uns poucos. Um exemplo simples dessa perda de identidade, é que a casa tinha uma logomarca específica, que foi criada em 1989, simbolizando o nome da Casa da Cultura, como órgão gestão da ação cultural em Assis Chateaubriand.(fonte: livros de relatórios de 1997 a 2004). Logomarca essa que foi instituída pelo município como oficial que simplesmente não respeitaram essa premissa.
Bem vamos a uma pergunta: que cultura é essa que é reprimida e para poucos. Onde estão as Oficinas de Culturas, o Coral Villa Lobos, o Coral São Francisco, os artistas dos festivais de música, de dança, de teatro. Onde está a movimentação cultural, as bandas, o artesanato, enfim: que cultura é essa?


Claudiney Benedito Lucio
Kaiphyra

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