Folhetim
Baiano do Vale
Número
001 – 13/09/2008
Vivemos em uma época onde a cultura de nosso município
retrocedeu aos idos das décadas de 1980 e 1990, sendo apenas um órgão de
prestava serviços de decoração e sonorização para os diversos setores do
executivo municipal, bem como algumas entidades, servindo apenas de prestador
de serviço e não um departamento de vanguarda, com programas que realmente
identifique nossa cultura, como modo de viver, do fazer cultura, do nosso
cotidiano, enfim as nossas características de personalidade.
Além disso, temos alguns dirigentes e assessores municipais, que
quando assumem um cargo público, pronto, imaginam que sabem mais do que os
outros, que detém todo o conhecimento sobre todas as áreas e não respeitam a
particularidade de cada um, querendo na maioria das vezes impor um política de
domínio e o que os outros pensam não tem importância, usando de uma arrogância
para impor “suas idéias”, como se fossem
a descobridoras da roda da imaginação e do fazer cultural.
A cultura deve ser para todos, ou que seja exposta para todas,
que não fique somente sobre a tutela de poucos e assim mesmo esses poucos não
sabem o que fazer com a fruta na mão. É muito fácil criticar alguém quando não
se conhece, mas quando se vive o problema, aí você realmente vai dar algum
valor as ações que foram desenvolvidas e que teve o empenho de várias pessoas
para sua realização.
Como
pensarmos em Cultura, se a administradora municipal, no início de seu mandato,
declarou em público(fevereiro de 2005 na televisão local) que as obras do
teatro municipal seguiria à passos lentos e isso realmente aconteceu, onde as
etapas que foram concluídas já estavam alocadas em emendas já disponibilizadas
pela união. Como pensar em cultura se não temos um espaço público para multiplicação
de conhecimento, do fomento ao turismo
cultural, de renda para o comércio, o giro de pessoas na cidade, enfim, todos
ganham com mais atividades culturais em nossa cidade.
Temos ainda vereadores que conclamam que as verbas recebidas
para construção do Teatro Municipal deveria ser encaminhada para outros
setores, com a assistência social e não para a cultura. Será que os nobres edis
não percebem que ao darmos cultura para nossa crianças, estamos dando
oportunidades para a vida, para o conhecimento. Tenho a convicção que pensam
eles(vereadores) que o assistencialismo ainda rende mais votos e votos de
cabresto.
A Casa
da Cultura(inaugurada no dia 15
de dezembro de 2004), na sua premissa tinha e tem o objetivo de se tornar um
pólo regional, com atividades em sua estrutura física e nos quatro cantos do
município. Para se tornar um pólo regional, deve sim ter solidez na sua base e
expandir essa informação para outros município, sendo um referencial em
estrutura e também em qualidade de produtos culturais, sendo referenciais para
todos da região.
Para que o nosso município se torna-se mais forte na cultural,
foi ensaiado no início de 2006
a criação do Conselho Municipal de Cultura, onde alguns
abdicados da área enviaram à chefe do executivo correspondência da intenção de
sua formação com o Protocolo nº 168 de 25/04/2006, e que fosse encaminhado
também para a área de competência. O resultado é que estamos no segundo
semestre de 2008 e ainda não recebemos nenhuma resposta, pois também somos
cidadãos preocupados com o desenvolvimento de nossa cidade.
Outro
fato que chama atenção e é deprimente, é que a Casa da Cultura, foi inaugurada para ser usada com espaço cultural e não como
estabelecimento de ensino de escola municipal, descaracterizando sua função. A
educação, cultura e esporte caminham juntos para a formação do ser humano, mas
cada um tem seu espaço apropriado. A Casa da Cultura foi instituída após anos
de estudos e preparação (desde 1989), quando do lançamento da pedra fundamental
e assim criou-se uma expectativa para seu uso. A Casa da Cultura tem uma
estrutura para receber Oficinas de Cultura, Curso, Biblioteca, Museu,
Exposições e Reuniões e não para ser usada para o uso intensivo de sala de
aula, uma vez que não tem essa estrutura., perfazendo assim uma depredação do
espaço físico e a decapitação do fazer cultural. O que deixa mais embasbacado é que tinha-se um
espaço para as aulas da escola municipal e que o valor que se pagaria em 10
meses de uso desse espaço será equivalente ao custo de reforma da Casa da
Cultura, após o uso intensivo.
A
identidade Cultural de um município é a sua cara, onde sua marca fica para sempre. A Casa da
Cultura foi dada à população e em pouco tempo foi retirada e concentrada para
uns poucos. Um exemplo simples dessa perda de identidade, é que a casa tinha
uma logomarca específica, que foi criada em 1989, simbolizando o nome da Casa
da Cultura, como órgão gestão da ação cultural em Assis Chateaubriand. (fonte:
livros de relatórios de 1997
a 2004). Logomarca essa que foi instituída pelo
município como oficial que simplesmente não respeitaram essa premissa.
Bem
vamos a uma pergunta: que cultura é essa
que é reprimida e para poucos. Onde estão as Oficinas de Culturas, o Coral
Villa Lobos, o Coral São Francisco, os artistas dos festivais de música, de dança,
de teatro. Onde está a movimentação cultural, as bandas, o artesanato, enfim: que cultura é
essa?
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